O adolescente filho da professora Honorina Oliveira Costa, morta em Cuité, na região do Curimataú da Paraíba, em novembro de 2022, e a namorada dele, confessaram ter cometido o crime. A informação foi confirmada em coletiva de imprensa realizada pela Polícia Civil (PC) nesta quinta-feira (25), na Central de Polícia Civil da cidade de Campina Grande, na região do Agreste paraibano.
O filho da vítima, de 17 anos, e a namorada dele, de 18 anos, estão detidos desde maio deste ano, quando a investigação constatou a participação dos dois na morte da professora. Anteriormente, o companheiro de Honorina, o policial militar Antônio Abrantes, havia sido preso suspeito de participação no crime, mas segundo a PC, ele foi solto após o próprio filho da professora e sua namorada confessarem ter matado a vítima.
De acordo com a PC, após a prisão do companheiro de Honorina as investigações seguiram e, a partir da quebra de sigilo do celular do filho dela, foi possível concluir que o adolescente percorreu o trajeto em direção ao local onde o corpo foi encontrado, no próprio veículo da mãe, como comprovado em imagens de circuito de câmeras.
O garoto afirmou inicialmente à polícia que na noite do crime a mãe dele teria saído de casa falando que iria encontrar o companheiro para acabar o relacionamento, informação que, segundo a polícia, motivou a prisão temporária do pai dele. Mas, ao longo da investigação, a polícia constatou que o adolescente mentiu em depoimento.
Dinâmica do crime
Após ser apreendido, o adolescente disse que o pai não sabia do crime. Ele afirmou que na noite do crime teria chegado em casa com a mãe e que logo em seguida saiu sozinho em uma motocicleta para buscar a namorada. Ele retornou até a residência da família e auxiliou a companheira a entrar por trás da casa, pulando o muro, para que ela não fosse vista pelas câmeras.
Ao entrar no local, a namorada do adolescente jogou uma corda com a qual tentou estrangular a vítima, que reagiu e começou uma luta corporal. O filho da professora então aplicou um golpe conhecido como "mata leão", e a fez cair ao chão. A namorada dele teria segurado a vítima, e o filho dela a estrangulou até a morte, segundo o próprio adolescente afirmou em depoimento à polícia.
Após o crime, o filho de Honorina preparou uma mala com pertences, como roupas e documentos da vítima, na intenção de parecer que ela estava saindo de casa. Em seguida, colocou o corpo da mãe no porta malas do carro e seguiu junto com a namorada até um posto de combustíveis. Depois, eles apanharam pedras e foram até um açude, onde amarraram os pés e as mãos da professora. A nora da vítima desferiu um golpe de faca em seu abdômen, e depois o corpo foi jogado na água.
Os objetos usados no crime e os pertences da vítima foram abandonados na volta do casal para a casa da família, onde o casal dormiu. No dia seguinte, o adolescente foi para a escola normalmente, e a sua namorada foi para a casa.
Ainda segundo a polícia, o adolescente afirma que a motivação do crime foi um ódio que ele nutria pela mãe. Ele disse que desde 2018 pensava em matá-la, e dois meses antes do crime chegou a falar sobre o assunto com a namorada, que se dispôs a ajudá-lo. Familiares afirmaram à polícia que a professora era uma boa mãe.
O menor também afirmou que preferiu apontar que o pai era suspeito de matar a mãe para ele mesmo não ser apreendido. A polícia confirmou que o adolescente é usuário de drogas.
O filho da professora Honorina está apreendido no Lar do Garoto, em Campina Grande, e deve responder por ato infracional semelhante ao crime de homicídio e ocultação de cadáver. A namorada dele está presa no Presídio do Serrotão, e deve responder por homicídio qualificado e corrupção de menor. Os dois seguem à disposição da Justiça.
Portal Picuí Hoje com g1 PB.
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